Nos Jogos Olímpicos de Pequim - 2008, o COI (Comitê Olimpico Internacional) junto com a AMA (Agência Mundial Antidoping), aumentaram o número de testes para detectar a utilização ilegal de GH (Growth Hormone ou em português: Hormônio de Crescimento) por meio de coleta de sangue. Entretanto, um artigo recente, apresentou discussão relevante, pois os autores verificaram que existe grande variabilidade entre os indivíduos, que deve ser considerada ao indicar um atleta pego no teste. Inclusive, lutadores. A aplicação de métodos para detecção de doping por GH depende da capacidade de discriminar entre os níveis anormais em razão do doping e limites fisiológicos normais de circulação do indivíduo, que muda em resposta à administração da droga. A utilidade dos marcadores de abuso do GH depende da identificação dos fatores que regulam a sua concentração no sangue. Dentre outros, destacam-se os fatores demográficos (Locais de origem/desenvolvimento do atleta) que são conhecidos pela influência desses marcadores na população em geral. Em um grande estudo transversal aplicado em mais de 1000 atletas de elite de 12 países representando 4 grandes grupos étnicos e 10 tipos de esporte, demonstrou que existe uma correlação negativa significativa entre idade e GH, com uma diminuição rápida no início da adolescência. A idade foi a maior contribuição para a variabilidade, equivalente a mais de 80% da variação atribuível aos testes de detecção (IGF-I e os marcadores de colágeno). Os autores concluíram que a idade e o sexo são os principais determinantes da variabilidade dos testes de GH, enquanto a etnia ("raça") e o tipo de esporte tem influência bem menor. Portanto, nos testes baseados em IGF-I e nos marcadores de colágeno deve-se considerar a idade para os homens e mulheres. A etnia e o tipo de esporte não são suscetíveis de serem fatores de confusão para estes marcadores.
Leandro Paiva
Referência: Nelson, A.; Ho, K. Demographic factors influencing the GH system: Implications for the detection of GH doping in sport. Growth Hormone & IGF Research, v.19, n.4, p.327-332, 2009.
Quer descobrir mais? Saiba Aqui
0 comentários:
Postar um comentário