No livro Pronto Pra Guerra, versei sobre características físicas e psicológicas que correlacionei entre alguns lutadores como Ricardo Arona, por exemplo, e seus pais. No entanto, duas correntes na ciência são opostas quanto ao tema "Agressividade e Genética".
A vertente das Ciências Biológicas, iniciada pelo celebrado cientista Charles Darwin, afirma que algumas características psicológicas, assim como as características físicas, são inatas, conservadas e "passadas" aos descendentes.
Por outro lado, outra vertente científica, atrelada às Ciências Sociais, estima que as características psicológicas e, também, de personalidade, dependem tão somente de aprendizagem sendo destituídas de atributos biológicos.
Um estudo recente jogou mais "lenha na fogueira" à discussão. Nele, pesquisadores oriundos da Academia Russa de Ciências e do Instituto de Pesquisas em Educação Física e Esportes da Rússia, relacionaram resquícios de agressividade inatos com genes dos sujeitos pesquisados.
Verificou-se que a prática de esportes em geral, diminui a agressividade, tanto de mulheres que praticam esportes não agressivos, quanto homens atletas de modalidades de combate.
O grupo controle de homens foi caracterizado por maiores índices de agressividade (agressão física e verbal, negativismo, e desconfiança) que as mulheres. As mulheres, independentemente da idade e participação em atividades desportivas, exibiram uma relação entre variações do gene 5-HTT, agressividade e escalas de negativismo: o genótipo SS foi associado a maior agressividade.
Os homens apresentaram uma relação diferente. O índice de agressividade geral foi significativamente maior nos portadores do genótipo LL do que em portadores do genótipo SS. Nos homens, os processos cerebrais que se presume ser a base de agressividade foram encontrados e relacionados com as variações do gene 5-HTT.
Foi sugerido que os portadores do genótipo SS utilizam mais recursos cognitivos para processar a informação. Também suportaram a hipótese de que os portadores do genótipo SS tendem a analisar as informações recebidas mais profundamente. Essa análise mais "séria" da informação externa pode ser relacionada à retração do comportamento impulsivo, que é frequentemente associado à agressividade.
Leandro Paiva
Referência:
O.V. Sysoeva, M.A. Kulikova, N.V. Malyuchenko, A.G. Tonevitskii, A.M. Ivanitskii. Genetic and social factors in the development of aggression. Fiziologiya Cheloveka, v.36, n.1, p.48–56, 2010.
2 comentários:
Este é o tipo de tema que é mto amplo é mto interessante, a Agressividade em praticantes e não praticantes de atividades de competição e suas questões comportamentais gera um conflito entre 'Ciência X Psicologia' que já dura milhares de anos, e acredito que permanecerá por mais milhares..
Porém, não podemos negar que a Genética tem realmente sua influências sobre estes competidores.
Enfim, é o tipo de assunto que vale, ler e reler, se aprofundando em maiores pesquisas.
Mto bom post!
Taís Fernandes
Taís, mais um comentário inteligente de sua parte. Obrigado pelas considerações, sempre enriquecendo o Blog.
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