Em estudo recém publicado, os pesquisadores procuraram confirmar se procedia a hipótese de que o ritmo cerebral de atletas de elite é diferente de amadores e não atletas. Para tal, utilizaram Eletroencefalograma (EEG) de alta resolução.
De fato, queriam verificar se a amplitude dos ritmos de descanso de estado cortical por intermédio de EEG seria maior em atletas de elite em comparação com atletas amadores e não-atletas, como um reflexo da eficiência dos mecanismos neurais de sincronização.
Com os lutadores de olhos fechados e em repouso, foram coletados os dados do EEG. No total, participaram 16 atletas de elite de Karatê, 20 atletas amadores e 25 não atletas.
Os resultados estatísticos mostraram que a amplitude dos ritmos alfa parietal e occipital foi significativamente maior nos atletas de elite do que nos não atletas e amadores. Resultados semelhantes foram observados em fontes delta parietal e occipital, bem como em fontes teta occipital. Para efeito didático, as áreas parietal e occipital, podem ser observadas na figura acima que ilustra este artigo.
Esses resultados suportam a hipótese de que a sincronização cortical neural (olhos fechados e em repouso) observado pelo EEG é aumentada em atletas de elite comparados a outros indivíduos. Esse fato pode - com reservas - ser associado a maior potencial de contração muscular com economia de energia nas técnicas ou posições específicas da modalidade e, em futuro próximo, também ser utilizado como teste padrão de avaliação física, procurando, desse modo, avaliar esses ritmos e distinguir os atletas considerados de elite dos amadores em referência à sincronização neural.
Leandro Paiva
Referência:
Claudio Babilonia; Nicola Marzanoc; Marco Iacobonid; Francesco Infarinatoe; Pierluigi Aschierif; Paola Buffod; Giuseppe Cibellia; Andrea Soricellic; Fabrizio Eusebid; Claudio Del Percio. Resting state cortical rhythms in athletes: A high-resolution EEG study. Brain Research Bulletin, v.81, n.1, p.149-156, 2010.
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